A perda de um ser socialmente conhecido é dolorosa. Entretanto, quando se trata de um óbito
fetal, a dor adquire uma magnitude diferente, uma vez que apenas os genitores construíram uma relação com o sujeito. À vista disso, o objetivo desta pesquisa é promover uma maior
compreensão a respeito da elaboração do luto frente à perda gestacional, bem como a sua
contribuição para os impactos psíquicos causados aos genitores, diante de uma sociedade que
não abre espaço para a fala. Para tal fim, foi realizada uma discussão abarcando as
singularidades que circundam o óbito fetal, a constituição psíquica feminina e gestacional,
trabalho psíquico diante da perda, bem como as formas de elaborar essa perda, buscando
dialogar com os conceitos psicanalíticos para tal compreensão. |